Prefeitura realiza dia de atividades em prol da campanha “Abril Azul”, mês de conscientização sobre o autismo

Com a faixa que carregava a frase “Autismo não se cura, se compreende!”, mais de 300 pessoas se uniram pela causa na caminhada pelo centro da cidade

O mês de abril é dedicado à campanha de conscientização do transtorno do espectro autista (TEA), síndrome que abrange um conjunto de características que implicam certo comprometimento nas interações sociais, na comunicação e no uso da linguagem, além da uma limitação nas áreas de interesse e atividades, que tendem a ser específicas para o indivíduo e se repetem de forma rotineira.

As ações realizadas durante o mês tem como objetivo expandir as informações acerca da síndrome a partir da importância do reconhecimento dos sinais iniciais, do diagnóstico precoce e do apoio contínuo, além da luta pela redução do preconceito e discriminação às pessoas com TEA.

Dessa forma, neste domingo (7), a Prefeitura, junto ao Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (CMPcD), organizou o evento “Abril Azul – conscientização sobre o autismo” no Parque Municipal Benedito Bueno de Morais.

O dia voltado exclusivamente à campanha contou com atendimento de saúde com orientações e encaminhamentos; acolhimento e monitoria com equipe multidisciplinar da educação; sala de estabilização/silêncio; saída da caminhada de conscientização; visita guiada no Museu de Arte Osório César; piquenique; circuito sensorial; brinquedos infláveis; pintura facial; espetáculo “Armazém dos Contos”; oficina de artesanato com revista; oficina de artes plásticas “pintura inclusiva”; banho de espuma e brincadeiras com os personagens “Pocoyo” e seus amigos.

Além disso, agentes da Secretaria da Saúde realizaram a emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CipTEA), documento de identificação da pessoa diagnosticada com TEA. No município, 174 carteirinhas já foram emitidas, sendo 145 em 2023 e 29 neste ano.

As atividades sensoriais oferecem uma oportunidade única de união em torno da campanha e não apenas promovem a compreensão e a aceitação das necessidades específicas da criança com TEA, mas também fortalecem os laços entre as pessoas e criam uma comunidade de apoio em torno dela

O espetáculo “Armazém dos Contos”, que contou com um intérprete de Libras, proporcionou uma experiência acessível ao público, assim como as atividades e brincadeiras entre as crianças. 

Para a professora de dança da Prefeitura e uma das colaboradoras no desenvolvimento do evento, Vivian Dantas, foi gratificante participar da ação que uniu as secretarias em prol do Abril Azul.

“O evento teve como propósito conscientizar a população com um tema tão presente no nosso dia a dia. Em 2023, nós fizemos um evento como esse, mas neste ano tivemos um público maior. Esperamos que a população franco-rochense se conscientize com os autistas e familiares, compreendam as características do TEA sem julgamentos e se deem uma oportunidade para saber um pouco mais sobre o tema”.

Para a moradora do bairro Parque Paulista, estudante de Psicologia e terapeuta ABA, Maria Luiza, esse tipo de iniciativa realizada na cidade representa uma esperança para que, cada vez mais, as autoridades que nos representam deem visibilidade para uma parte da saúde publica que é, por muitas vezes, negligenciada.

“Enquanto profissional da área e vivenciando a realidade do TEA diariamente, vejo como imprescindível a realização de atividades que promovam a conscientização da população sobre essa realidade. Saber que a cidade onde eu moro se preocupou em gerar uma mobilização em torno de uma causa tão importante, para mim, é de certa forma uma esperança. Trabalhando diante desse transtorno do desenvolvimento há dois anos, noto diariamente a falta de informação em grande parte da população”.

Sobre a repercussão do movimento Abril Azul Maria Luiza analisa que é mais recente do que parece. “Ou seja, a cada pequeno passo, a cada ano consecutivo promovendo eventos ou a cada caminhada (literalmente), nós chegamos mais perto de uma população mais consciente e informada! Meu desejo é que essa mobilização não fique só em abril, mas que todos os dias a gente possa não julgar ou olhar feio para uma mãe que está publicamente lidando com crises do filho. Que a gente aprenda a não definir as crianças e adolescentes com algum atraso cognitivo como ‘lerdo’, ‘esquisito’ ou ‘incapaz’. Espero e desejo menos intolerância, capacitismo ou qualquer violação. Autismo não tem cura, porque autismo não é doença, é uma condição adversa!”.

Texto: Lívia H. Magalhães – Foto: Orlando Junior


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