Grafites que contam histórias: Paredão em frente à estação passa por revitalização artística
Com o trabalho de artistas franco-rochenses, a restauração do muro está prevista para ser finalizada até o mês de fevereiro

Na década de 1980, o paredão localizado no centro da cidade recebia sua primeira mão de obra artística. Depois dos desgastes ocasionados pelo tempo, a grande tela de concreto recebeu, em 2018, uma nova cara. Por meio do projeto “Nossa história”, os artistas franco-rochenses Fábio Campanhola, Douglas Scotti, e Fred Guimarães, o Derf, inovaram o muro da rua Cavalheiro Ângelo Sestini.
Neste ano, os três artistas voltaram com suas tintas, inspiração e talento para renovar as pinturas e reforçar os traços anteriores com o auxílio dos profissionais Mayron Duarte e Antônio Mosko.
A revitalização do muro de aproximadamente 1.000 metros de extensão foi iniciada na última terça-feira (2) e está prevista para ser finalizada até o mês de fevereiro.
Ilustrações e significados
Mesmo com as mudanças arquitetônicas e as inovações do dia a dia, as figuras que representam o município e suas tradições serão mantidas para preservar desde seu surgimento até os dias atuais. A imagem do Doutor Francisco Franco da Rocha, o selo do Hospital Psiquiátrico do Juquery e a memorável cancela da antiga estação de trem são uma das ilustrações que irão permanecer.
As célebres romarias, as lutas contra as enchentes que afetam o povo franco-rochense, as charretes como antigos meio de locomoção e a junção de diferentes personagens que constroem Franco da Rocha terão seus símbolos retocados.

Novas fotografias de internos do Juquery foram reproduzidas em uma parte do muro por meio dos registros da fotógrafa Alice Brill no Ateliê de Artes, uma criação do médico e psiquiatra Osório César que intensificou a produção artística dos pacientes do complexo em 1950.
O Museu de Arte que carrega o nome do precursor da arteterapia no país também terá seu espaço reservado junto ao nome dos artistas Ubirajara Ferreira Braga e Aurora Cursino dos Santos, hoje eternizados nas paredes do MAOC através de suas obras.

A planta “dormideira” que nasceu às margens do rio Juqueri, contorna o paredão até a parte superior do muro. Além disso, as seriemas, aves típica do cerrado, são retratadas ao lado das chamas que incendiaram o Parque Estadual em 2021 devido à queda de balões e que, apesar de simbolizarem um momento doloroso, fazem parte da história de um município que se fortaleceu.
“É uma questão didática”
Depois de dois anos discutindo e reformulando ideias sobre o que poderia ser feito no paredão, os grafiteiros, com o apoio da secretária da Educação, Renata Celeguim e do secretário da Cultura, Adilson Cunha, o Chiquinho, encaixaram a história de uma cidade em um quadro ao ar livre.
Quando adolescentes, Douglas Scotti e Fábio Campanhola, dois dos responsáveis pelo projeto, sujaram suas mãos de tinta no primeiro trabalho artístico do paredão. Hoje, depois de 30 anos, os grafiteiros voltaram ao centro da cidade para honrar e conservar a memória de um povo por meio do grafite.

O grafiteiro Douglas explica que a escolha da permanência de símbolos antigos se deu pela necessidade de conservar o que fez e faz parte do cotidiano dos franco-rochenses. “Nós queremos estabelecer uma relação sobre tudo o que Franco é e já foi. É uma questão didática manter essa história viva”.
Em uma das tardes de trabalho Douglas convidou uma figura bastante conhecida na cidade para compor o time de grafiteiros. Nailton Silva Fernandes, um artista livre da cidade também assinou a tela de concreto.

“Nada mais justo que colocar ele aqui. Ele faz parte disso”, explicou Douglas.
Pelas mãos de cinco artistas e demais colaboradores, com novas cores e desenhos, o paredão irá cativar e homenagear uma Franco de tantas histórias.
Texto: Lívia H. Magalhães – Foto: Carlos Augusto Dornelles
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