Encerrando a circulação por São Paulo, espetáculo “Sabiazeiro” é apresentado na Arena Ubirajara Ferreira Braga

Produzida pela dupla Pé de Pássaro, a circulação divulga o lançamento do segundo álbum musical dos artistas

A mistura entre dança, música e poesia foi o suficiente para aquecer o coração do público presente na Arena Ubirajara Ferreira Braga na tarde fria do último domingo (4). A obra “Sabiazeiro”, da dupla Pé de Pássaro, teve sua última sessão no município depois de ter passado por outras cinco cidades da capital paulista.

Confira as imagens da apresentação.

Realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura e Economia Criativa e do Programa de Ação Cultural (ProAc), os “vôos”, como os artistas criadores do projeto Isadora Títto e Renato Torres chamam as apresentações ao vivo, divulgam o segundo álbum do duo lançado em 2022.

Pela manhã, a dupla visitou o Parque Estadual do Juquery para acompanhar a oficina “O Canto dos Pássaros”, uma criação da ornitóloga Leticia Zimback, do Projeto Passarinhar, junto do educador ambiental Sérgio Tuck, em que os artistas puderam conhecer mais de 63 espécies de aves.

Já na parte da tarde, junto dos musicistas Cássia Maria, na percussão, e Zazá Amorim, no baixo, os artistas emocionaram o público com as canções e interpretações que, acompanhadas do som dos instrumentos, aproximavam os espectadores da natureza.

Entre uma canção e outra, a intérprete Ísis Gonçalves fez uma menção ao caso de Julieta Hernandéz, circense venezuelana que viajava o Brasil com sua bicicleta e foi encontrada morta no mês passado no interior do Amazonas. Com a frase que percorre o país no movimento em homenagem à vida da artista, “Julieta Vive”, Ísis  encerrou seu intenso discurso.

No decorrer de uma das canções, Isadora declamou uma das poesias presentes no livro escrito por seu companheiro Renato, “O Periférico”, primeira obra literária do artista, lançada em 2014.

Entre os passeios pelas ondas do mar e pelo canto dos pássaros, a dupla também falou de amor e amizade, conectando o que há em Franco da Rocha com os temas. “O Museu de Arte e o lindo Parque do Juquery são um ato de amor, o que a Secretaria de Cultura faz é um ato de amor”, comentou Isadora, que aproveitou o momento para agradecer a recepção e elogiar o trabalho do secretário adjunto de Cultura do município, Adilson Cunha, o Chiquinho.

A pedido do duo, o público desceu a arquibancada para, em uma linda ciranda, encerrar o espetáculo e a turnê.

“É sobre voar cada vez mais”, expressou Isadora sobre o encerramento da circulação. “Tiveram encontros belíssimos e isso sempre nos emocionou, o amor à distância e como mantê-lo aceso. Essa possibilidade de se conectar com pessoas que nunca vimos e também olhar para o lado e ter oportunidade de olhar novamente para quem está perto é uma lição linda que o Sabiazeiro me trouxe”, completou.

Renato também mostrou-se realizado com o trabalho. “As lições são muitas. Esse é um projeto inédito pra gente. O Sabiazeiro é baseado na afetividade dos encontros. Encontrar-se embaixo dessa árvore frondosa com amigos para celebrar a arte, a amizade e o amor. O saldo é extremamente positivo, estamos muito felizes”.

Pé de Pássaro e Sabiazeiro

A paulistana Isadora Títto e o paraense Renato Torres se conheceram nas redes sociais em 2012 e assim compuseram sua primeira parceria à distância. Revezaram os encontros pela região Norte e Sudeste do Brasil e assim permanecem até hoje, planando de cidade em cidade com suas canções. 

Em 2017, com o lançamento do EP “Voar a Pé”, entraram como menção honrosa na lista de Melhores da Música Brasileira daquele ano no site “Embrulhador”, do jornalista Ed Félix.

Há dois anos, surgia “Sabiazeiro”, obra lançada pelo selo mineiro QUAE Música. Desenvolvido em formatos e conceitos únicos da dupla, o projeto expõe as particularidades do canto dos pássaros e os sons da natureza como uma forma de sensibilizar o espectador sobre questões de sustentabilidade, além de tratar do amor e amizade de forma emocionante e inspiradora.

Texto e foto: Lívia H. Magalhães


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